Cuidadores Informais: Ajudar quem cuida.
- Enfermeira Sara
- 13 de abr. de 2021
- 2 min de leitura

Há uns dias fiz uma sondagem em vários grupos do facebook sobre temas que os membros gostariam de ver abordados em publicações sobre Educação para a Saúde, e não fiquei muito surpreendida quando vi que a maioria das pessoas sugeriu o tema “Ensinos a Cuidadores Informais”.
Digo “não fiquei muito surpreendida” porque existem mais cuidadores informais do que aquilo que se pensa. Esta expressão de “cuidadores Informais” tem ganho muita visibilidade nos últimos anos, não só pelo aparecimento e consolidação de legislação que defende os direitos destas pessoas, mas principalmente porque a realidade nos mostra que cada vez mais existem pessoas que assumem a responsabilidade por algum familiar ou equiparado, que necessita de vigilância quase permanente, assistência para a realização das suas actividades de vida diárias (nomeadamente alimentação, higiene, vestir, movimentar-se) e que normalmente necessita de cuidados de saúde, cuidados esses às vezes bastante específicos e complexos.
Há quem de facto escolha ter o seu pai ou a sua mãe consigo, mas normalmente essa escolha não se trata de “querer”, mas sim de “poder” cuidar dos seus. A dura verdade é que uma sociedade pobre, envelhecida e doente como a nossa, com fraca capacidade de resposta em termos de rede de cuidados continuados, faz com que as pessoas muitas vezes se vejam “obrigadas” a ficar com os seus familiares em casa, assumindo cuidados que idealmente até deveriam ser prestados por profissionais devidamente habilitados, como é o caso dos enfermeiros. Grande parte dos cuidadores informais não têm recursos financeiros para esse tipo de serviços, e como a ajuda externa nem sempre chega a todos, faz com que sejam confrontados com o enorme desafio de desenvolver competências práticas, e até técnicas, para proporcionarem à pessoa que têm a seu cargo os melhores cuidados possíveis.
Física e emocionalmente é extenuante cuidar vinte e quatro sobre vinte e quatro horas de um familiar, por grande amor que se sinta. Pessoalmente e enquanto profissional de Enfermagem, tenho a mais profunda admiração e respeito pelos cuidadores informais do nosso país, pois fazem muito, mesmo tendo muito pouco. Por todos estes motivos pretendo elaborar ao longo dos próximos tempos algumas publicações no blogue da Enfermeira Sara , que possam fornecer alguma informação útil para estas pessoas, principalmente relativas aos cuidados a prestar a familiares dependentes. (Aceito sugestões e estou disponível para responder a dúvidas!)
Aproveito para deixar aqui uma dica: Se está nesta situação e ainda não conhece, saiba que existe um grupo chamado “Movimento Cuidar dos Cuidadores informais”, com um site bastante elucidativo onde pode encontrar a legislação associada aos cuidadores informais, nomeadamente sobre o estatuto de cuidador informal, vários guias como o guia prático dos cuidadores informais, medidas de apoio, entre outras informações que me parecem bastante relevantes. Deixo aqui o Link:
Posto isto, despeço-me, desejando a todos um bom resto de semana :)
Sara R.
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